Teste respiratório com três gases - a nova era no diagnóstico da disbiose intestinal

Dra. Viviane Sarkis • 27 de novembro de 2025

O futuro da medicina funcional está cada vez mais próximo da realidade clínica. A partir de 2026, será possível contar com uma nova geração de testes respiratórios, agora capazes de detectar três gases: hidrogênio, metano e sulfeto de hidrogênio.


Esse avanço promete transformar a forma como investigamos distúrbios intestinais, especialmente as disbioses. 


Afinal, muitas pessoas convivem com sintomas persistentes como distensão abdominal, gases, alteração do hábito intestinal e fadiga, sem um diagnóstico preciso por meses ou até anos.


Com essa inovação, os testes se tornarão mais sensíveis, as condutas mais seguras e os resultados muito mais rápidos.


Teste respiratório com três gases - a nova era no diagnóstico da disbiose intestinal em Goiânia com Gastroenterologista Especialista

Três gases, três formas de disbiose intestinal

Para entender o impacto desse novo teste, é importante conhecer os três principais tipos de disbiose intestinal que ele poderá identificar.

Primeiramente, temos o SIBO (Supercrescimento de Bactérias no Intestino Delgado), associado à produção de hidrogênio (H₂). 


É o tipo mais conhecido e já amplamente estudado, e seus sintomas podem incluir diarreia, gases e sensação de inchaço após as refeições.


Em seguida, existe o IMO (Supercrescimento Metanogênico Intestinal), relacionado à produção de metano (CH₄). Diferente do SIBO, o IMO costuma provocar constipação intestinal, dores abdominais e uma sensação de lentidão digestiva.


Por fim, surge o ISO (Supercrescimento de Bactérias Produtoras de Sulfeto), um tipo ainda pouco explorado e de difícil identificação com os testes tradicionais. 


Essas bactérias produzem sulfeto de hidrogênio (H₂S), um gás tóxico em excesso que pode estar relacionado a sintomas intensos e crônicos, como dor abdominal, diarreia intensa e urgência evacuatória.


O que muda com a detecção do gás sulfeto de hidrogênio

Até o momento, a maioria dos exames disponíveis no mercado avalia apenas hidrogênio e metano. Isso significa que muitos casos de ISO acabam não sendo identificados adequadamente, levando a tratamentos incompletos ou ineficazes.


A inclusão do sulfeto de hidrogênio no novo teste representa um divisor de águas. Isso porque ele amplia a capacidade diagnóstica dos exames respiratórios, permitindo uma investigação mais completa de sintomas persistentes.


Além disso, o novo equipamento contará com automação inteligente, laudos automáticos e interpretação baseada em diretrizes internacionais, garantindo mais precisão na leitura de curvas e nos resultados clínicos.


Com essa tecnologia, será possível diferenciar os três tipos de disbiose de maneira objetiva, o que facilita muito a tomada de decisão terapêutica e reduz o tempo de sofrimento do paciente.


Diagnósticos mais precisos, tratamentos mais eficazes

Na prática, o novo padrão dos testes respiratórios traz benefícios reais.


Em vez de tentativas e erros com dietas de restrição, antibióticos ou suplementos, será possível direcionar o tratamento de forma assertiva.


Isso reduz o risco de cronificação do quadro, evita uso desnecessário de medicamentos e melhora significativamente a qualidade de vida.


Além disso, o novo teste poderá ser indicado para pacientes com histórico de:

  • Distúrbios intestinais recorrentes
  • Falhas terapêuticas após tratamento de SIBO
  • Diagnóstico incerto de disbiose
  • Suspeita clínica de ISO (supercrescimento de bactérias produtoras de sulfeto)

Portanto, se você apresenta sintomas gastrointestinais que não melhoram mesmo após diversos tratamentos, vale a pena considerar essa nova abordagem que estará disponível a partir de 2026.


Esse exame representa um marco para a medicina, permitindo uma visão mais clara da microbiota intestinal e suas alterações.


Se você está investigando sua saúde intestinal ou lidando com desconfortos persistentes, esse avanço pode ser o próximo passo na busca por respostas mais completas.


Acompanhe as novidades e converse com seu médico sobre as possibilidades de realizar o teste assim que estiver disponível. Afinal, medir três gases muda tudo.


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Dra. Viviane Sarkis

A Dra. Viviane Sarkis é especialista em gastroenterologia com uma formação sólida e diversas certificações reconhecidas.


Graduada no Centro Universitário Barão de Mauá em Ribeirão Preto-SP, ela completou residência médica em Clínica Médica no Hospital de Urgências de Goiânia e em Gastroenterologia no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás.


Membro Titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia e da Diretoria da Sociedade Goiana de Gastroenterologia, a Dra. Viviane também integra o Corpo Clínico do Instituto do Aparelho Digestivo e atua como gastroenterologista no Ambulatório de Alergia Alimentar da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.


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