Teste respiratório com três gases - a nova era no diagnóstico da disbiose intestinal
O futuro da medicina funcional está cada vez mais próximo da realidade clínica. A partir de 2026, será possível contar com uma nova geração de testes respiratórios, agora capazes de detectar três gases: hidrogênio, metano e sulfeto de hidrogênio.
Esse avanço promete transformar a forma como investigamos distúrbios intestinais, especialmente as disbioses.
Afinal, muitas pessoas convivem com sintomas persistentes como distensão abdominal, gases, alteração do hábito intestinal e fadiga, sem um diagnóstico preciso por meses ou até anos.
Com essa inovação, os testes se tornarão mais sensíveis, as condutas mais seguras e os resultados muito mais rápidos.

Três gases, três formas de disbiose intestinal
Para entender o impacto desse novo teste, é importante conhecer os três principais tipos de disbiose intestinal que ele poderá identificar.
Primeiramente, temos o SIBO (Supercrescimento de Bactérias no Intestino Delgado), associado à produção de hidrogênio (H₂).
É o tipo mais conhecido e já amplamente estudado, e seus sintomas podem incluir diarreia, gases e sensação de inchaço após as refeições.
Em seguida, existe o IMO (Supercrescimento Metanogênico Intestinal), relacionado à produção de metano (CH₄). Diferente do SIBO, o IMO costuma provocar constipação intestinal, dores abdominais e uma sensação de lentidão digestiva.
Por fim, surge o ISO (Supercrescimento de Bactérias Produtoras de Sulfeto), um tipo ainda pouco explorado e de difícil identificação com os testes tradicionais.
Essas bactérias produzem sulfeto de hidrogênio (H₂S), um gás tóxico em excesso que pode estar relacionado a sintomas intensos e crônicos, como dor abdominal, diarreia intensa e urgência evacuatória.
O que muda com a detecção do gás sulfeto de hidrogênio
Até o momento, a maioria dos exames disponíveis no mercado avalia apenas hidrogênio e metano. Isso significa que muitos casos de ISO acabam não sendo identificados adequadamente, levando a tratamentos incompletos ou ineficazes.
A inclusão do sulfeto de hidrogênio no novo teste representa um divisor de águas. Isso porque ele amplia a capacidade diagnóstica dos exames respiratórios, permitindo uma investigação mais completa de sintomas persistentes.
Além disso, o novo equipamento contará com automação inteligente, laudos automáticos e interpretação baseada em diretrizes internacionais, garantindo mais precisão na leitura de curvas e nos resultados clínicos.
Com essa tecnologia, será possível diferenciar os três tipos de disbiose de maneira objetiva, o que facilita muito a tomada de decisão terapêutica e reduz o tempo de sofrimento do paciente.
Diagnósticos mais precisos, tratamentos mais eficazes
Na prática, o novo padrão dos testes respiratórios traz benefícios reais.
Em vez de tentativas e erros com dietas de restrição, antibióticos ou suplementos, será possível direcionar o tratamento de forma assertiva.
Isso reduz o risco de cronificação do quadro, evita uso desnecessário de medicamentos e melhora significativamente a qualidade de vida.
Além disso, o novo teste poderá ser indicado para pacientes com histórico de:
- Distúrbios intestinais recorrentes
- Falhas terapêuticas após tratamento de SIBO
- Diagnóstico incerto de disbiose
- Suspeita clínica de ISO (supercrescimento de bactérias produtoras de sulfeto)
Portanto, se você apresenta sintomas gastrointestinais que não melhoram mesmo após diversos tratamentos, vale a pena considerar essa nova abordagem que estará disponível a partir de 2026.
Esse exame representa um marco para a medicina, permitindo uma visão mais clara da microbiota intestinal e suas alterações.
Se você está investigando sua saúde intestinal ou lidando com desconfortos persistentes, esse avanço pode ser o próximo passo na busca por respostas mais completas.
Acompanhe as novidades e converse com seu médico sobre as possibilidades de realizar o teste assim que estiver disponível. Afinal, medir três gases muda tudo.




